Capítulo 2

-Se você está vendo o Luan Santana, você está enxergando muitíssimo bem.
Quando eu pensei em entrar pra casa, pra pelo menos ficar apresentável pro Luan, minha mãe me agarrou pelo braço, não deixando arredar o pé dali.
O Luan chegou perto de mim e da minha mãe todo feliz, ele parecia estar um pouco alterado ou era jeito que ele se portava? Ah, sei lá.
-Olá! Vocês devem ser os novos vizinhos. Minha mãe mesmo disse que iria mudar gente pra casa da frente. Prazer, eu sou o Luan Santana.
Minha mãe mal esperou ele acabar de falar e já o abraçando e o beijando. Ele parecia estar um pouco assustado, e não era pra menos.
-Prazer, Lucia. Essa é a minha filha Milena. É, nós somos os novos vizinhos. Você é mais bonito pessoalmente do que pela tv.
Na hora que a minha mãe falou isso, eu olhei com uma cara pra ela tipo de “mãe, a senhora é casada”. Ela riu.
-Prazer! Que isso, obrigado, são os seus olhos! – respondeu o Luan se mostrando super educado.
Eu apenas sorri timidamente. Não queria passar a mesma imagem que minha mãe, afinal eu nem curtia muito ele. Lá na minha antiga escola que ele era uma febre. Eu já estava ficando enjoada, qualquer lugar que eu passava era Luan Santana pra lá e Luan Santana pra cá.
Mais enfim, voltando ao atual.
-Bom, meu marido está lá terminando de arrumas as nossas coisas, quer entrar? Não! Espera aí que eu vou chamar ele.
Minha mãe mal acabou de falar e novamente saiu correndo feito uma louca, me deixando sozinha ali com o Luan.
-Rapaz, sua mãe é louca? Desculpa pelo meu jeito de falar.
-Ai que isso. Ela é assim sim, já que você acostuma.
-Sua aparência não está nenhum pouco agradável. Aconteceu alguma coisa que eu possa ajudar?
-Não, imagina! É que tudo o que eu vivi, todos meus amigos ficaram lá em São Paulo.
-Para, eu não quero ver uma menina linda como você triste. Que tal passarmos a noite aqui, tocando e cantando?
-Não precisa, com certeza você está cansado. Eu não quero te atrapalhar, você deve estar precisando de uma cama.
-Que isso, eu tô elétrico! Perae que eu já volto, vou lá chamar a Bruna.
-Bruna? Que Bruna? Eu já disse Luan, não precisa se preocupar comigo. Essa tal de Bruna deve estar dormindo. Você vai acordar ela só por minha causa. Eu não quero isso, ela pode pegar raiva de mim, seilá.
-A tá, a Bruna dormindo? Essa menina só dorme quando o galo desperta.
Ele se virou e foi em direção da sua casa.
Só foi o Luan entrar na casa dele que a minha mãe apareceu arrastando o meu pai.
-Ai Lúcia, chega! O que você quer tanto que eu veja aqui fora? – retrucou o meu pai.
-Ué filha, cadê o Luan?
Eu nem respondi a minha mãe, saí voando pra dentro de casa me arrumar para a tal cantoria que iria rolar.
-Lúcia, se já tá velha, agora tá ficando caduca?
Meu pai entrou e logo em seguida entrou a minha mãe. Passou-se uns 15 minutos até que alguém bata na porta. Meu pai foi atender, e assim que abriu a porta a sua mesma reação foi a mesma que a minha: seu queixo foi ao chão.
-Boa noite! O senhor deve ser o marido da Lúcia e pai da Milena, estou correto?
-Boa noite! Sou sim e você é quem eu estou vendo?
-Acho que sim. Eu sou o Luan Santana, prazer!
-Prazer Márcio – e aperta a mão do Luan.
Meu pai convidou o Luan para entrar e ele aceitou. Eles entram e vão para a sala.
-Ué, cadê a Milena? Era pra ela tá me esperando lá fora.
-Ela tá lá se arrumando. Ela disse que queria ficar mais bonita pra você – disse meu pai.
Nesse momento eu estava descendo as escadas, quando ouvi aquilo fiquei abismada. Como o meu pai pode dizer isso? Ele tá querendo denigrir a minha imagem com o Luan? Foram esses os pensamentos que passaram na minha cabeça. Eu não tinha dito nada daquilo.
Acabei me distraindo e aconteceu um desastre: acabei virando o meu pé, por causa do maldito salto que eu estava usando. Desci de bunda as escadas. Na hora que eu cheguei no final, dei um berro, que acho que até no Japão se escutou.
-aaaaaaaaaaaaaaaaaaaai, alguém aí me ajuda!
 

Assim que esta postagem atingir 5 comentários irei publicar o próximo capítulo do Conto Santana