Capítulo 4

-Não sabe dirigir não? É, bem que você disse que essa torção podia se tornar algo bem pior.
-AAAAAAAAAAA muié. Tá de TPM é? Pelamor o que eu fiz pra merecer você?
-Eu não pedi pra você me trazer aqui, você me trouxe por livre e espontânea vontade. Aliás, me deixa aqui porque eu não quero correr risco de vida.
-O carro está parado, abra a porta e saia se é isso que você quer. Eu tento te ajudar e levo patada? Assim não dá.
-O que? Seu duas caras, se faz de bonzinho perto dos meus pais e longe deles você é totalmente ao contrario.
-Eu não queria te dizer isso, mas agora eu faço questão: SAIA IMEDIATAMENTE DO MEU CARRO!
-Saio mesmo. Eu tenho nojo de você. Você deveria ser um exemplo para as pessoas, mas ninguém convive com você para saber quem é de verdade o Luan Santana.
Saí do carro toda desengonçada, pois o meu pé ainda doía muito. Após sair, peguei o meu celular e liguei pra minha mãe que logo veio ao meu encontro.
-Mãe eu odeio o Luan!
-Por que filha? O que ele te fez?
-Ele primeiro faz piadinha de mim e depois me expulsa do seu carro. Eu o odeio, me leve de volta pra casa.
-Espera, e o seu pé como vai ficar? Já que estamos enfrente ao consultório não custa nada subir e ver o que aconteceu.
E assim é feito, eu e minha mãe subimos ao consultório e graças a Deus não havia acontecido nada de grave. O médico enfaixou o meu pé, receitou alguns remédios e logo eu e minha mãe estávamos chegando em casa.
-Filha, deixa eu que eu te ajudo – disse o meu pai me oferecendo o seu ombro como apoio.
-Obrigada.
-Milena, tem uma menina lá no teu quarto, ela disse que é nossa vizinha e falou que ficou sabendo do incidente e veio ver como você está.
-Quem é? Ai deve ser a irmã do Luan, como é o nome dela mesmo? Aaaa é Bruna. Só pode ser ela.
-Ouvi o meu nome?  Só pode ser eu o que? – disse uma menina muito bonita descendo as escadas da minha casa-.
-Então você que é a irmã daquele traste? Desculpa o meu jeito de falar.
-Traste? Por que? Eu sou Bruna, sua vizinha ai da frente.
-É uma história longa, depois eu te conto. Ah prazer, Milena. Vamos subir pro meu quarto , assim nós podemos ficar mais á vontade.
-Bora uai.
-Só te peço uma coisa, me ajuda a subir as escadas? É que o meu pé está num estado critico.
-Claro que ajudo. Vem cá e se apoia no meu ombro.
Não demorou muito tempo para que eu e a Bruna chegássemos no meu quarto.
-Bom, chegamos. Agora que história é essa e chamar o Luan de traste? Só eu que posso chamar ele assim.
-Então, é que ele se mostrou duas caras. Se fez de bonzinho uma hora e depois se mostrou totalmente o contrário.
-Como assim? Me explica isso direito. O que ele realmente aprontou com você?
Eu expliquei detalhadamente para a Bruna o que havia acontecido. Parece até estranho, mas falando com ela, fiquei com a impressão de que eu a conhecia á um bom tempo, ela me passava uma imagem de confiança.
-Eita, nem sei o que falar. O Luan não é de fazer isso. Depois eu pergunto pra ele o que aconteceu. Mas mudando de assunto, me conta da onde você veio, o que achou daqui. Me conte mais sobre você.
Eu e a Bruna passamos um bom tempo conversando e ela me contou que havia tido a mesma impressão que a minha, que nós nos conhecíamos a muito tempo. De repente me deu uma vontade de comer pipoca e assistir um filme, coisas que eu fazia com meus amigos em São Paulo. Decidi então convidar a Bruna para dormir em casa. Ela aceitou logo de cara e disse que só precisava da autorização da sua mãe e foi isso o que ela fez, foi rapidamente para sua casa pedir a permissão.
Enquanto ela foi, fiquei em casa arrumando meu quarto, para fazermos o nosso “cinema improvisado”.
O tempo se passou um pouco e logo alguém bate na porta do meu quarto, fui ver quem era e dei de cara com a Bruna de pijama, pantufa e um travesseiro nas mãos. Quando eu a vi, abri um sorriso de orelha á orelha, para mim aquilo significava que a sua mãe havia permitido.
Ela entrou e nós ficamos conversando. Até que a Bruna me disse uma coisa que fez queixo ir ao chão.
-Mi, eu fui perguntar pro Luan o porquê dele fazer aquilo com você, ele me disse que não sabia o porquê e que você bagunçou com a cabeça dele.
-Que? Baguncei? Ah, hoje não é dia primeiro de abril pra você contar mentira.
-Mas eu não estou mentindo. Acho que o meu irmão tá apaixonado ou está a fim de você!
-Ah é? Mas eu não estou nem aí pra ele. O que ele fez não tem volta, ele foi grosso e rude comigo. Ele que vá procurar a turminha dele, porque nesse terreno aqui ele não vai cantar de galo.
-Calma Milena, não está mais aqui quem falou. E a proposito, pelo que nós conversamos você tem namorado lá em São Paulo né?
-Tenho! Ah o Caio, esse é o nome dele. Ele é muito lindo. Sabe aqueles meninos de filmes americanos?
-Sei sim.
-Então o Caio é igualzinho. Deixa eu ligar o meu not para mostrar as nossas fotos juntos.
E foi esse tipo de papo que eu e a Bruna trocamos. De repente toca a campainha e a minha mãe sobe e diz que o Luan estava querendo falar comigo.

Assim que esta postagem atingir 5 comentários irei publicar o próximo capítulo do Conto Santana